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📅 Liturgia Diária Tradicional | 9 de Junho de 2025

Segunda-feira da Oitava de Pentecostes

Memória de São José de Anchieta, Confessor, Apóstolo do Brasil

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16)

Nesta Segunda-feira da Oitava de Pentecostes, celebramos a memória de São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil. As leituras nos falam sobre a universalidade do dom do Espírito Santo e o amor infinito de Deus que enviou seu Filho para nossa salvação.

✝️ Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 10, 34.43-48

Fonte: Bíblia Ave Maria

🌟 Destaques da Leitura:

• A universalidade da salvação
• O Espírito Santo derramado também sobre os pagãos
• O batismo como resposta ao dom do Espírito

34. Então Pedro, tomando a palavra, disse: "Na verdade entendo que Deus não faz acepção de pessoas,

43. e que em todo povo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados.

44. Enquanto Pedro ainda falava estas palavras, desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.

45. Estavam admirados os fiéis da circuncisão, que com Pedro foram batizados, porque também o dom do Espírito Santo foi derramado sobre os pagãos;

46. pois os ouviam falar em línguas e glorificar a Deus.

47. Então Pedro disse: 'Porventura há alguém que possa recusar a água para que estes não sejam batizados, agora que também receberam o Espírito Santo, como nós o recebemos?'

48. Ordenou, pois, que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então lhe rogaram que permanecesse alguns dias.

📖 Evangelho do Dia: São João 3, 16-21

Fonte: Bíblia Ave Maria

✨ Versículos Essenciais:

• "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16)
• "Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele." (Jo 3,17)
• "Mas quem age segundo a verdade aproxima-se da luz, para que se veja claramente que as suas obras são feitas em Deus." (Jo 3,21)

16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

17. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.

18. Aquele que crê nele não é condenado; o que, porém, não crê já está condenado, porque não creu no nome do Filho unigênito de Deus.

19. E aqui está a condenação: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque praticavam o mal.

20. Quem pratica o mal odeia a luz e não se chega à luz, para que as suas obras não sejam condenadas.

21. Mas quem age segundo a verdade aproxima-se da luz, para que se veja claramente que as suas obras são feitas em Deus.

📌 Reflexão: O Amor Universal de Deus

As leituras de hoje nos apresentam duas dimensões fundamentais da fé cristã: a universalidade da salvação e o amor infinito de Deus. Na primeira leitura, vemos um momento decisivo na história da Igreja primitiva: a abertura aos pagãos. Pedro, que inicialmente tinha dificuldade em aceitar que a salvação também era destinada aos não-judeus, agora reconhece que "Deus não faz acepção de pessoas" e que "em todo povo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados".

Este reconhecimento não é apenas teórico, mas é confirmado por um sinal extraordinário: "Enquanto Pedro ainda falava estas palavras, desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra". O mesmo Espírito que havia descido sobre os apóstolos no dia de Pentecostes agora é derramado sobre os pagãos, manifestando-se pelos mesmos sinais: "os ouviam falar em línguas e glorificar a Deus". Diante deste fato, Pedro não pode senão concluir que estes também devem receber o batismo: "Porventura há alguém que possa recusar a água para que estes não sejam batizados, agora que também receberam o Espírito Santo, como nós o recebemos?"

No Evangelho, São João nos revela a motivação profunda desta universalidade da salvação: o amor de Deus. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". Este versículo, um dos mais conhecidos da Bíblia, resume todo o mistério da Encarnação e da Redenção. O amor de Deus pelo mundo é tão grande que Ele dá o que tem de mais precioso: seu próprio Filho. E o objetivo deste dom é a salvação de todos os que creem.

Jesus esclarece ainda mais: "Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele". A missão de Jesus não é de condenação, mas de salvação. No entanto, a resposta humana a este dom divino pode levar à condenação: "Aquele que crê nele não é condenado; o que, porém, não crê já está condenado, porque não creu no nome do Filho unigênito de Deus". A condenação não é uma decisão arbitrária de Deus, mas a consequência da recusa do homem em acolher a luz que veio ao mundo.

Jesus utiliza a metáfora da luz e das trevas para explicar esta dinâmica: "A luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque praticavam o mal". Quem pratica o mal prefere permanecer nas trevas, longe da luz que revelaria suas obras. Mas "quem age segundo a verdade aproxima-se da luz", não teme ser visto, porque suas obras são "feitas em Deus".

Estas leituras iluminam a vida e a missão de São José de Anchieta, que hoje recordamos. Como Pedro, ele compreendeu que o Evangelho era destinado a todos os povos, inclusive aos indígenas do Brasil. Como missionário, ele foi instrumento do amor universal de Deus, levando a luz de Cristo a terras até então nas trevas do paganismo. Sua vida foi um testemunho eloquente de que as obras feitas em Deus não temem a luz, mas brilham para a glória do Pai.

💡 Perguntas para Meditação:

🙏 Oração do Dia

Ó Deus, que por meio de São José de Anchieta, missionário e apóstolo do Brasil, levastes a luz do Evangelho a muitos povos, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de reconhecer que vosso amor se estende a todas as pessoas e que vosso Espírito sopra onde quer. Que, como ele, possamos ser instrumentos de vossa misericórdia, levando a todos a Boa Nova da salvação. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

👑 São José de Anchieta: Apóstolo do Brasil

José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534, em San Cristóbal de La Laguna, na ilha de Tenerife (Ilhas Canárias, Espanha). De família nobre, foi enviado aos 14 anos para estudar em Coimbra, Portugal, onde demonstrou grande talento para os estudos humanísticos. Aos 17 anos, ingressou na Companhia de Jesus, recém-fundada por Santo Inácio de Loyola.

Em 1553, ainda como irmão jesuíta e não tendo completado seus estudos teológicos, foi enviado ao Brasil como missionário. Chegou à Bahia e logo depois foi transferido para São Vicente, no litoral paulista. Em 1554, participou da fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, núcleo da futura cidade de São Paulo, onde se dedicou ao ensino e à catequese dos indígenas.

Anchieta aprendeu rapidamente a língua tupi e compôs uma gramática que se tornou fundamental para a evangelização dos nativos. Além disso, escreveu poemas, peças teatrais e canções, tanto em português quanto em tupi e espanhol, sendo considerado o primeiro escritor do Brasil. Suas obras tinham finalidade catequética, mas também revelavam sensibilidade artística e profundo conhecimento da cultura indígena.

Em 1563, durante as negociações de paz com os índios tamoios, que ameaçavam a colônia portuguesa, Anchieta permaneceu como refém entre eles por vários meses. Durante este período, compôs mentalmente um longo poema em latim dedicado à Virgem Maria, que mais tarde escreveu na areia da praia e memorizou antes que as ondas o apagassem.

Ordenado sacerdote em 1566, continuou seu trabalho missionário em várias regiões do Brasil. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, cargo que ocupou até 1587. Durante seu provincialato, a presença jesuítica no Brasil se expandiu significativamente, com a fundação de novos colégios e missões.

Anchieta destacou-se não apenas como evangelizador, mas também como defensor dos indígenas contra a exploração dos colonos. Além disso, foi um estudioso da flora e fauna brasileiras, deixando importantes registros sobre a natureza do país. Sua dedicação aos doentes durante epidemias e seu cuidado com os mais necessitados lhe valeram a fama de taumaturgo e santo ainda em vida.

Desgastado por décadas de trabalho intenso e por uma saúde frágil (sofria de uma deformação na coluna), Anchieta faleceu em 9 de junho de 1597, em Reritiba (atual Anchieta, no Espírito Santo), aos 63 anos. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1980 e canonizado pelo Papa Francisco em 2014. É conhecido como o "Apóstolo do Brasil" e considerado um dos fundadores da nacionalidade brasileira. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 9 de junho, data de sua morte.

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